sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Pêndulo de Foucault


Quando estou prestes a terminar a leitura de um livro, tenho por hábito comprar um novo. Isto é, tinha. É que esta atitude, que mantenho há muitos anos, pode complicar-me o orçamento nos tempos que se avizinham.
No início de Janeiro, saboreava eu o quinto e último volume da SAGA DO ASSASSINO, de Robin Hobb (o nome pode assustar e as capas podem não atrair, mas trata-se de uma aventura fantástica, que me prendeu, literalmente, das primeiras páginas do primeiro volume até ao fim do quinto) quando me pus a pensar na crise.
E não foi difícil chegar à conclusão que este meu hábito de compra de livros novos tem de ser refreado. Mas como, se a leitura é, para mim, como ter mais um sentido?
Fui buscar a solução a uma velha frase, a do título, que ouvi muitas vezes na minha adolescência, quando parecia não encaixar no mundo que os adultos queriam para mim. Na altura, irritava-me solenemente. Hoje, como em muito mais coisas, atesto a sua sabedoria.
Vai daí, resolvi pegar num livro já lido há alguns anos: O PÊNDULO DE FOUCAULT, de Umberto Eco. Recordo-me de, na altura, não ter apreciado o estilo e de apenas o ter concluído por teimosia, para não dar o dinheiro como perdido.
Recomecei, então, a sua leitura. E devo dizer que estou a adorar. O texto, que no início pareceu não desenvolver, acabou por, pouco depois, se entranhar e prender-me. Trata-se de um romance bastante denso, à volta de segredos dos Templários. A trama complexa obriga-me a uma grande concentração (livro mais adequado para leitura em ambiente calmo e silencioso) e o vocabulário, extremamente rico, faz-me ter um dicionário sempre à mão. E hoje já consigo apreciar esta bela obra que terá, porventura, inspirado autores como Dan Brown e o nosso José Rodrigues dos Santos.
Professor Joaquim Mota

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